segunda-feira, março 02, 2009

Mais milhar de milhão, menos milhar de milhão



Não é novidade para ninguém que os jornais diários portugueses não primam pelo rigor. E não é só o Público a ter dificuldades em lidar com os desafios da exactidão (como demonstrei aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, e aqui).

Tema: cimeira informal dos líderes da UE para lidar com a crise - pacote de apoio financeiro ao Leste da Europa.

O que é que uma selecção aleatória de jornais portugueses diz hoje sobre este assunto?

1. Diário de Notícias (página 4 do caderno principal): "A Alemanha foi a grande opositora da ideia apresentada pela Hungria, que previa um apoio no valor de 160 mil milhões de euros para a região."
2. Diário Económico (página 12 do caderno principal): "O primeiro-ministro húngaro, Ferenc Gyurcsany, que denunciou uma reedição da 'cortina de ferro', pediu um fundo especial de solidariedade no total de 190 mil milhões de euros..."
3. Jornal de Negócios (página 18 do caderno principal): "Os líderes europeus, reunidos ontem informalmente em Bruxelas a pedido da República Checa, rejeitaram a aprovação de uma plano..., tal como preconizava a Polónia, que exigia um pacote de até 180 mil milhões de euros para os países de Leste."

O leitor que se amanhe. Ou então que se dê ao trabalho de ir procurar outra fonte que ajude a desempatar. Como o Economist online. Que explca o seguinte:

"EUROPEAN UNION leaders have rejected calls for a special €180 billion ($229 billion) rescue fund for ex-communist countries in east and central Europe. Leaders gathered in Brussels on Sunday March 1st for an emergency summit to discuss the economic crisis dismissed suggestions, led by Hungary, that a single plan was needed to save the region. Without massive help for ex-communist nations, Hungary’s prime minister, Ferenc Gyurcsany, had said, a “new Iron Curtain” risked splitting the continent anew."

Conclusão: nenhum dos jornais portugueses acertou nos factos.
Adenda: Na página 19 do Jornal de Negócios de hoje há um artigo com o título "Regras de adesão ao euro mantêm rigidez apesar da crise global". Depois há um subtítulo a meio da página: "Regras de acesso à UE desajustadas do ciclo económico". Eles querem dizer "regras de acesso ao euro", porque é disso que trata o artigo... Arre, que cada cavadela cada minhoca.

1 comentário:

Diogo disse...

O objectivo principal do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau não era o de manter prisioneiros como força de trabalho (casos de Auschwitz I e III) mas sim de exterminá-los.

Os prisioneiros eram trazidos de comboio de toda a Europa ocupada pelos alemães, chegando a Auschwitz-Birkenau diariamente. Na chegada ao campo, os prisioneiros eram separados em dois grandes grupos – aqueles marcados para a exterminação imediata, e os que fiavam registados como prisioneiros. O primeiro grupo, cerca de três quartos do total, era levado para as câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau em questão de horas; este grupo incluía todas as crianças, todas as mulheres com crianças, todos os idosos, e todos aqueles que, após uma breve e superficial inspecção pelo pessoal das SS, não se mostravam em condições de trabalhar.

Contudo, viviam crianças prisioneiras em Auschwitz e cerca de 700 crianças foram libertadas do campo de Auschwitz pelas tropas soviéticas em Janeiro de 1945.

O que poucos sabem é que existia uma maternidade em Auschwitz e uma parteira que ajudou a dar à luz 3,000 bebés.

Uma maternidade em Auschwitz