segunda-feira, janeiro 07, 2008

Paz e serenidade


David, meu caro: a questão change nas eleições, em bom rigor, só se tornou um leit-motiv da campanha após os caucuses de quinta-feira, quando praticamente todos os candidatos, republicanos e democratas (a começar por Hillary, com Bill Clinton e Madeleine Albright por trás), puseram o termo no alinhamento dos seus discursos. Mas há um antes do Iowa, com propostas, posições políticas e comportamentos que nos permitem formular uma opinião.
Concordo que a adulação por Obama é irritante, como o é qualquer tipo de adulação em política. Gosto de Obama, gosto de Hillary, gosto de Edwards (embora este me pareça cair mais para o populismo). Para mim qualquer um deles dava um bom presidente. Mas neste exercício absurdo (ia dizer hilariante) em que a população do mundo se põe a defender candidatos para os quais não pode votar, inclino-me para Obama, por muitas e variadas razões, sendo que a oportunidade de mudança não é uma delas. Nem sou daqueles que acham que Obama devia ganhar só por pirraça, para que Hillary não julgasse que ser presidente é um direito de família.
Da mesma forma que acho que Hillary não deve ser penalizada por ser uma figura do establishment, penso que Obama não deve ser menorizado por se ter tornado num fenómeno de popularidade. Fazer do currículo de Hillary ou da fotogenia de Obama as questões decisivas na eleição é empobrecer o debate.

P.S.: Parece-me que a Boina pode dar-se ao luxo de ter defensores dos três principais candidatos democratas. Olha que bonito!

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