terça-feira, janeiro 08, 2008

Sim, mas...

Caro Gato, admito que estas presidenciais americanas mobilizam mais do meu entusiasmo do que qualquer eleição desde as legislativas portuguesas de '95 (outras em que não me deixaram votar "por ser menor de idade" - um escândalo). Vou mandar um envelope com o meu voto para Washington quer eles queiram quer não.

Mas não concordo com a tese de que o tema de "change" é novo (desde Iowa). É verdade que desde o caucus de Iowa se gerou um consenso à volta da centralidade deste conceito para os eleitores americanos (democratas e republicanos). Só as vitórias de Obama e Huckabee (ambos 'novatos') é que aparentemente trouxeram a confirmação empírica, aos olhos de muitos observadores, que o tema de "change"é o motor desta campanha. O que me parece é que esta conclusão é uma tremenda vitória de marketing para Obama, que já há muito tempo se apresenta como a encarnação do "change".
Eu continuo a achar que é fácil para Obama ser sexy, e que lhe falta substância. Espero que os leitores da Bóina Frígia concordem comigo e que não deixem de ir votar (bem) nas primárias Democratas de Lisboa e Vale do Tejo.

2 comentários:

João Gato disse...

Caro David,

Não te deixes enganar pelo meu desdém sobre o absurdo de estarmos a torcer por candidatos nos quais não podemos votar. Eu também estou como tu, e se quiseres até tiro uma fotografia ao poster do Obama que tenho pendurado aqui em casa para te enviar (pergunta ao Pedro, ele sabe que sou capaz disso).
The change issue: bem, change é mesmo o slogan de Obama («Change we can believe in») mas só o facto de os candidatos fora do establishment terem ganho no Iowa é que levou a que os observadores - mas primeiro que tudo os candidatos - dissessem que as eleições são sobre a mudança.
Quanto à questão da consistência, hesito. Embora ache que esse termo tenha progressivamente substituído "experiência" (mais difícil de vender), concordo que esse será o principal problema de Obama - acho que o próprio está consciente disso. Mas é um balanço que tem de se fazer entre todos os factores em presença. E no final, para mim continua a dar Barack.

Anónimo disse...

SCHWAAANZZZÊÊÊÊ!