No Público de hoje dá-se destaque a um facto que tem sido objecto de cuidada atenção lá pela "minha" cidade universitária: o aparecimento de uma candidatura à associação de estudantes da Faculdade de Letras apoiada e composta por membros da Juventude do Partido Nacionalista Renovador.
Assumindo-se sem rodeios e com radicalismo e apostando num alastramento à Faculdade de Direito, os "jovens nacionalistas" querem espalhar a sua "mensagem nacionalista sadia, opondo às ideologias esquerdistas da morte e da anarquia os valores da pátria, da família, do mérito e da natureza".
Para além da gravidade do aparecimento de fenómenos de extrema-direita, o caso de Letras é ainda agravado pela existência de um clima de intimidação aos colegas e pela presença de elementos estranhos à academia num embate eleitoral que devia centrar-se nos problemas e projectos dos alunos daquela instituição.
Na semana em que comemorámos os 45 anos das lutas estudantis, que me orgulham de ser "descendente" académico dos lutadores de 62, a Academia de Lisboa tem de fazer sentir o seu repúdio pelo recrudescer do radicalismo nacionalista. Não são estes os valores de universalidade e pluralismo que caracterizam a Universidade e estou certo que os alunos de letras vão responder à chamada e apagar a chama repulsiva do PNR.
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