Tropecei hoje acidentalmente com a apresentação do livro do Fernando Correia intitulado "Espelho d'Água". Creio que fiz o que qualquer pessoa sem nenhum compromisso urgente faria, sentando-me numa das poucas cadeiras vagas, feito nêspera, "a ver o que acontecia".
Falou o editor, depois o Amigo Carlos Pinto Coelho e por fim o simpático jornalista, professor, autor do livro e apresentador da "Bancada Central". Foi nesta altura que o simpático e afável Fernando Correia decidiu dar a palavra a um quarto personagem a quem chamou o seu Mestre, que estava na primeira fila da assistência, estrategicamente incógnito para não afugentar potenciais compradores.
Imaginem o meu assombro quando vejo levantar-se a custo da primeira fila o Professor Dr. Manuel Sérgio, ex-líder do ex-PSN, que eu pensava tão extinto como este. A inércia venceu e, apesar de me parecer que tudo o que não tinha para fazer estava subitamente mais urgente, deixei-me ficar "a ver o que acontecia".
Veio o velho e zás! Desata num discurso sobre o Fernando Correia ser o último Homem da rádio, numa linhagem irrepetível, porque "naqueles tempos" saudosos havia uma elite mais pequena que não cometia os erros gramaticais destes jovens jornalistas de hoje. Eu apenas refiro, em defesa dos jornalistas de hoje, que era mais fácil na altura, já que os textos eram corrigidos e revistos por mais pessoas.
Neste ponto da apresentação do livro levantei-me e fui-me embora. Aprendi que "naqueles tempos" éramos censurados mas gramaticalmente correctos, aprendi sobretudo que para algumas pessoas como o Professor Manuel Sérgio isso era mais que suficiente.
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