Para Paulo Portas a percentagem eleitoral que separa democratas cristãos de trotskistas é um indício do grau civilizacional de um povo. Para Paulo Portas a campanha eleitoral foi uma luta cultural pela conversão de um País perdido. Para Paulo Portas a ausência de referências ao divino no discurso público é um sintoma do politicamente correcto. O eleitorado discorda esmagadoramente desta visão. O eleitorado exigiu que os partidos da coligação prestassem contas pela sua governação. O eleitorado escolheu outro "modelo cultural", um modelo cultural que assenta precisamente na ausência de dogmatismo quanto aos valores "certos", aos estilos de vida "certos" e às referências filosóficas "certas". Paulo Portas terá entendido a mensagem e abandona desiludido a liderança. Se desiludido com o grau de perdição dos portugueses ou desiludido com o fracasso da sua própria estratégia eleitoral essa é outra questão. Pode tratar-se de um adeus, de um até sempre companheiros ou de um até breve que marque o início de uma travessia do deserto. Se o anúncio foi a sério e Portas não ceder às vagas de fundo, fica pelo menos o exemplo para o parceiro de coligação de como se devem assumir os efeitos de derrota e sair com alguma dignidade pessoal. |
terça-feira, fevereiro 22, 2005
Trotskistas e Democratas Cristãos
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