Depois de o ano passado ter escolhido toda a gente como pessoa do ano (enquanto utilizadores das novas tecnologias), a Time volta a surpreender e escolheu Vladimir Putin para 2007. Conforme a revista tem dito há anos, a opção não representa uma homenagem, nem qualquer tipo de louvor ou recomendação. Segundo o editor, trata-se de escolher a pessoa que mais impacto teve nas vidas de outros e cujos actos moldarão o futuro nos anos seguintes. Nesta lógica, e segundo a revista, ninguém conseguiu impor a sua visão, ou restaurar estabilidade, prosperidade e orgulho aos russos como Putin.
A opção visa ser estritamente objectiva e não ter qualquer conteúdo axiológico e as escolhas passadas confirmam esta leitura: Andropov, Khomeini, Deng Xiaoping, Khruschev, Estaline (2 vezes) e o próprio Hitler (curiosamente, a foto na saiu na capa) figuram entre os vencedores. Apesar de tudo, isto não significa que não possa ser uma opção criticável: deve poder exigir-se um padrão diferente a uma revista de referência numa sociedade democrática. A apreciação dos resultados deve ser minimamente crítica, e a estabilidade, prosperidade e orgulho não podem ser vistos como susceptíveis de justificar quaisquer meios para as alcançar, particularmente quando estes assentam em autoritarismo, nacionalismo neo-soviético e repressão de liberdades fundamentais.
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