Num post no Cachimbo de Magritte, Fernando Martins veio apontar uma falta de credibilidade de Ana Gomes no caso das "fotocópias de Portas" ("Copygate?") porque a deputada ao PE não criticou também, no seu texto no Courier Internacional, casos afins, como o da lista de espiões de Veiga Simão, ou o da transferências dos ficheiros da PIDE/DGS para Moscovo pelo PCP (este último episódio então, tem tudo a ver...).
O que têm o caso Veiga Simão, os maus hábitos de funcionários e ministros do MNE ou do MDN ou ainda os arquivos que o PCP enviou para Moscovo a ver com o caso de Paulo Portas? São todos igualmente preocupantes e indiciam o mesmo problema, mas para além disso, porque é que a sua ausência retira peso ao que Ana Gomes escreve? Agora para se fazer uma crítica pertinente é preciso uma resenha histórica de factos equivalentes com tomada de posição em relação a cada um deles? Em que é que a credibilidade de Ana Gomes é beliscada pelos episódios avulsos que Fernando Martins coleccionou? Deixa Ana Gomes de ter razão por se tratar de Paulo Portas? Também não simpatizo com o ex-MDN e actual líder do CDS. Isso significa que não posso criticá-lo sem criticar todos os que tenham feito parecido ou pior (ainda que não tenham nada a ver com o caso) sem também ficar ferido na credibilidade?
De resto, quanto ao fundo da questão limito-me a parafrasear as questões colocadas por José Carlos Vasconcelos na Visão de há umas semanas:
1- Se são documentos do partido e privados, porque é que estavam no MDN?
2- Se são documentos do partido e privados, porque é que é preciso tirar cópias?
3- Se são documentos do partido e privados, porque é que os originais ficam no MDN?
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