quinta-feira, novembro 29, 2007

And your point was...?

Num post no Cachimbo de Magritte, Fernando Martins veio apontar uma falta de credibilidade de Ana Gomes no caso das "fotocópias de Portas" ("Copygate?") porque a deputada ao PE não criticou também, no seu texto no Courier Internacional, casos afins, como o da lista de espiões de Veiga Simão, ou o da transferências dos ficheiros da PIDE/DGS para Moscovo pelo PCP (este último episódio então, tem tudo a ver...).
O que têm o caso Veiga Simão, os maus hábitos de funcionários e ministros do MNE ou do MDN ou ainda os arquivos que o PCP enviou para Moscovo a ver com o caso de Paulo Portas? São todos igualmente preocupantes e indiciam o mesmo problema, mas para além disso, porque é que a sua ausência retira peso ao que Ana Gomes escreve? Agora para se fazer uma crítica pertinente é preciso uma resenha histórica de factos equivalentes com tomada de posição em relação a cada um deles? Em que é que a credibilidade de Ana Gomes é beliscada pelos episódios avulsos que Fernando Martins coleccionou? Deixa Ana Gomes de ter razão por se tratar de Paulo Portas? Também não simpatizo com o ex-MDN e actual líder do CDS. Isso significa que não posso criticá-lo sem criticar todos os que tenham feito parecido ou pior (ainda que não tenham nada a ver com o caso) sem também ficar ferido na credibilidade?
De resto, quanto ao fundo da questão limito-me a parafrasear as questões colocadas por José Carlos Vasconcelos na Visão de há umas semanas:
1- Se são documentos do partido e privados, porque é que estavam no MDN?
2- Se são documentos do partido e privados, porque é que é preciso tirar cópias?
3- Se são documentos do partido e privados, porque é que os originais ficam no MDN?

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