Nunca percebi aquela abordagem ao terrorismo de inspiração islâmica que é dizer "aquilo não é o verdadeiro Islão; o verdadeiro Islão é uma religião de paz." Tenho para mim que é preciso um pouco mais de modéstia agnóstica quando se explica a um tipo que é muçulmano - e que quer limpar o sebo a alguém em nome do Islão - que ele não percebeu bem a religião dele. Da mesma forma, quando oiço dizer que aquilo das Cruzadas e da Inquisição foi um pequeno percalço desagradável, mas que não faz mal "porque aquilo não é o verdadeiro Cristianismo", a mim também me cheira a marosca.
As religiões são aquilo que as pessoas fazem delas. Não existem religiões violentas e outras pacíficas. As religiões, tal como qualquer paradigma ideológico, servem para justificar aquilo que nós quisermos. E, acima de tudo, o único 'fundo de bondade' que as religiões têm não é o 'fundo de bondade' da Religião, mas sim o do género humano.
quarta-feira, maio 23, 2007
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