Se Carmona é velhaco, boa pessoa ou só ingénuo é coisa sobre a qual ainda estou indeciso, mas estou inclinado para a última. Quando do episódio do aperto de mão a Carrilho no debate, a sua reacção escandalizada, como se nada tivesse feito para provocar a reacção do opositor, pareceu-me a do menino que parte a jarra a jogar à bola dentro de casa e assiste impavidamente enquanto a criada arca com a culpa. Quando assisto à ligeireza com que se tomam decisões importantes na Câmara de Lisboa, hesito entre um extremo e outro.
Mas ontem, na conferência de imprensa que se julgava ser de despedida, assistiu-se a um suicídio político involuntário (a antítese assenta bem à personagem) como não se esperava.
Carmona recusa renunciar ao mandato. Carmona está em minoria, pelo que basta a renúncia da oposição em bloco para fazer cair a Câmara. Anacoreta Correia diz que não se demite, mas há seis vereadores do PSD que dizem que sim. As contas eram fáceis de se fazer, o cenário era previsível. Marques Mendes se calhar até já sabia o que Carmona ia dizer ontem, mas utilizou a elusiva expressão "consonância" na sua conferência de imprensa para estender a escada ao Presidente da Câmara, e o que ganhou em não reagir energicamente na entrevista a Judite de Sousa só ele sabe.
Carmona recusa renunciar ao mandato. Carmona está em minoria, pelo que basta a renúncia da oposição em bloco para fazer cair a Câmara. Anacoreta Correia diz que não se demite, mas há seis vereadores do PSD que dizem que sim. As contas eram fáceis de se fazer, o cenário era previsível. Marques Mendes se calhar até já sabia o que Carmona ia dizer ontem, mas utilizou a elusiva expressão "consonância" na sua conferência de imprensa para estender a escada ao Presidente da Câmara, e o que ganhou em não reagir energicamente na entrevista a Judite de Sousa só ele sabe.
Ontem, Carmona perdeu mais do que uma oportunidade de sair com uma réstia de dignidade de um desastre que começou em 2001 - perdeu uma boa oportunidade de estar calado.
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