Não me pronunciei ainda directamente sobre o conflito no Líbano, mas penso que os meus posts anteriores traduzem o que penso sobre o assunto. Ainda assim, é importante precisar aspectos que são objecto de confusão e simplificação nos debates em curso sobre o tema. Aliás, a simplificação primária daquele que é provavelmente o conflito internacional mais complexo da actualidade, na ânsia de produzir bons e maus que possam ser fornecidos digeridos aos espectadores e leitores, é revelador da falta de rigor, isenção e bom jornalismo de que padece alguma imprensa portuguesa.
Facto essencial: o Hezbollah é uma organização terrorista que visa destruir o Estado de Israel.
Israel tem o direito a defender-se, atacando o seu inimigo declarado e que a ataca directamente há anos? Sem dúvida.
Israel usa deproporcionadamente a força? Sim.
Israel comete erros no terreno? Inquestionavelmente.
A legitimidade de Israel para se defender desaparece? Não, porque o facto essencial não se alterou: o Hizbullah é uma organização terrorista que visa destruir o Estado de Israel.
Note-se, contudo, que não estou a advogar que os fins justificam os meios, estou apenas a tentar desmontar as teses muito em voga sobre a ausência de legitimidade israelita provocada pelo seu uso excessivo de força.
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