Três notícias distintas, da informação local ao burlesco, passando pelo facto político, demonstram o muito trabalho que ainda há a fazer na luta pela igualdade de direitos para todos. O sinal de alarme de hoje respeita a factos negativos para o reconhecimento de direitos para as minorias sexuais.
1- Em referendo, esta semana, os texanos aprovaram esmagadoramente uma emenda à Constituição estadual proibindo o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Face a mais uma vitória para os teo-conservadores, aguarda-se com apreensão o resultado do processo de confirmação de Samuel Alito para o Supremo Tribunal.
2- O Jornal de Notícias de dia 8 dá conta de uma acusação formulada pela Associação de Estudantes da Escola Secundária de António Sérgio contra o respectivo conselho executivo, por aparentemente tentar impor uma "proibição de afectos" destinada a travar uma relação entre duas alunas daquela instituição.
3- Finalmente, o burlesco. O insigne diário 24 Horas de há uns tempos apresenta uma reportagem intitulada Zézé Camarinha - Instituto contra afirmação gay, em que aquela marcante figura da noite algarvia discorre sobre a urgência de uma resposta "à crescente afirmação da homossexualidade". Zézé aponta a necessidade de impedir os tais "pseudocasais" de adoptarem crianças e defende a legalização da poligamia caso também se legalizem casamentos entre pessoas do mesmo sexo, porque "muitas mulheres correm o risco de ficar sós".
Camarinha dá ainda conta de uma das regras de inscrição no seu "Instituto de Salvação dos Homens", que passa pela demonstração médica de que "nunca foram penetrados no ânus".
Pelo meio da imensa parvoeira e alarvidade, subsiste porém uma profunda homofobia, tanto mais perigosa quanto consegue pasar discretamente por entretenimento light através do referido personagem, normalmente desconsiderado como fait-divers curioso, mas que acaba por ter acesso aos principais canais de comunicação.
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