Mas afinal que República queremos nós? A ambiguidade, a indefinição serve-nos bem, protege-nos de compromissos e, acima de tudo, evita que fiquemos presos a debates históricos e fetiches ideológicos. Não nos levamos demasiadamente a sério.
À laia de exercício de aproximação podiamos especular como seria o republicano ideal, o Brutus do século XXI: teria o amor pela política directa de um Rousseau; a energia activista de um Durruti; o cepticismo racionalista de um Descartes; a preocupação pela ética como expressão da vida em sociedade de um Hegel; o zelo emancipatório de Marx; a coragem de uma Rosa Luxemburgo; a sobriedade cínica de um Weber; a pureza moral de um Cícero; a oratória de um Péricles; o ódio ao sangue azul de um Robespierre; a moderação de um Mirabeau; o idealismo de um Condorcet; o horror à milenar arrogância eclesiástica de um Garibaldi; mas acima de tudo o amor à Razão de um Kant.
A Razão é o ponto de partida e o destino de qualquer aventura emancipatória.
O caminho é a República.
segunda-feira, outubro 10, 2005
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2 comentários:
Caro Opp,
Esse elenco visa assustar o transeunte, não é? Não acreditas mesmo que essa síntese tenebrosa produza mais do que uns quantos alienados, pois não? E essa senhora, a Razão, como se conjunga com alguns dos outros delinquentes?
Assino por baixo, camarada David. Essa síntese é o ponto de partida para a grandiosidade.
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