quinta-feira, maio 12, 2005

Memória: D. António Ferreira Gomes

Há 99 anos nascia D. António Ferreira Gomes, o bispo do Porto que Salazar quis pôr na ordem. Exemplo de cidadania, D. António ousou pedir, apenas, "o respeito, a liberdade e a não descriminação devidos aos cidadãos honestos em qualquer sociedade civil".
D. António foi perseguido pelo regime por se recusar a fazer da Igreja instrumento político, quando Salazar queria que a Igreja alinhasse na unidade do regime. O bispo do Porto recusou-se a debater política, o que, para altura, não podia ser maior afirmação política.
Mas ainda assim abordou temas como a condição social dos traalhadores, e é que é apontado como um teórico da democracia em Portugal, defensor da separação da Igreja do Estado, dos direitos humanos. "O famoso bispo do Porto"(tratamento com o qual João Paulo II se lhe dirigiu) apenas queria que o Estado cumprisse o seu dever, e que deixasse a Igreja cumprir o seu.
D. António foi um homem da Igreja que não voltou as costas ao mundo, o que é mais do que se pode dizer da maior parte do clero de hoje.

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