Maria José Nogueira Pinto, em entrevista recente, deu mais uma vez provas do desconforto da extrema-direita do nosso espectro político com a democracia portuguesa, tal como ela se instalou em 1974. Ficamos a saber que "Portugal não tem um projecto nacional desde 1974" e que antes da Revolução de Abril "bem ou mal, goste-se ou não se goste, Portugal tinha um projecto nacional." A nostalgia mal contida parece-me pouco menos que obscena, tendo em conta tanto os crimes cometidos pela ditadura antes da Revolução, como os avanços em todas as áreas da vida colectiva do país desde então. Exemplos que MJNP provavelmente considerará boçais, são os números do Human Development Index das Nações Unidas sobre Portugal: em 1970, a taxa de mortalidade infantil (à nascença) era de 62/1000, em 2002 era 6/1000. Isto tem um nome: progresso. Deixe lá estar o 'projecto nacional', cara MJNP: um país que deixa a população doente, pobre e ignorante, e obriga milhões a abandonar as suas aldeias, vilas e cidades à procura de uma vida mais digna pelos quatro cantos do mundo não é um país, é um fracasso.
terça-feira, março 15, 2005
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