Eis finalmente o momento pelo qual se esperava para marcar simbolicamente o fim da cada vez maior fachada democrática na Rússia. Depois de se terem ouvido umas vozes a sugerir a criação de um estatuto de "líder nacional" para Vladimir Putin após o termo do seu mandato, o presidente do Conselho da Federação, a câmara alta do parlamento russo, veio ontem desafiar o presidente a ficar mais um mandato. Segundo disse, nem será sequer "necessário alterar a Constituição” para que Putin permaneça como Presidente, uma vez que as “pessoas querem-no" nessas funções.
Juntando a isto a declaração da OSCE, que decidiu não enviar observadores às eleições por falta de colaboração das autoridades russas, ficamos com uma fotografia completa da transição em curso em Moscovo.
1 comentário:
Não sou nem a favor nem contra o estabelecimento máximo de um número de mandatos.
Sou apenas a favor que as regras existam desde antes. A alteração de uma lei (quanto mais quando se trata da própria constituição) a bel-prazer de alguns líderes, com o ímpeto de ficarem no poder e não mais dele saírem são das deturpações mais graves e ofensivas que se pode fazer a uma democracia e a um povo.
Não vi o chamado "fascista" Aznar fazê-lo, mas vejo Chavez a fazer o que Napoleão fez, Puttin a ver como o faz e Lula a cogitar a hipótese. Mas, se qualquer um deles fosse a oposição, nenhum defenderia tal princípio e lutaria com toda a garra contra o que eles próprios chamariam de atentado à democracia.
Enviar um comentário