Apesar do dia mais indicado para invocar Alexander Kerensky poder ser o da sua chegada ao Governo com a revolução de Fevereiro ou ao cargo de primeiro-ministro em Julho de 1918, merece hoje uma referência enquanto defensor da alternativa revolucionária distinta à do projecto de Lenine. Líder da oposição socialista ao czarismo, vice-presidente do soviete de Petrogrado, mas defensor da instauração de um regime democrático, de matriz social-democrata, e opositor quer dos bolcheviques, quer do Exército Branco durante a guerra civil, Kerensky e o seu possível legado foram tragados pela máquina da história. Manteve-se na órbita da relativamente irrelevante oposição democrática russa até falecer na década de 70.
O homem que tentou sem sucesso resistir à tomada do poder bolchevique e que pretendia uma via distinta para chegar ao socialismo, mas que não conseguiu ser o "Mário Soares russo". A tentativa merece hoje ser invocada.
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