segunda-feira, novembro 19, 2007

Contra-relógio

Com um prazo para chegar a um acordo fixado para 10 de Dezembro, a vitória no Kosovo do Partido Democrático cuja posição unilateralista em favor da independência foi uma bandeira eleitoral, vem complicar um xadrez diplomático que já era quase impossível. Ao invés de clarificar, o acto eleitoral veio confundir: boicotado pela minoria sérvia (só votaram 3 pessoas em 45.000), com fraca afluência eleitoral entre a maioria albanesa e com resultados radicalizantes. Estando a solução da divisão do território liminarmente posta de parte, tendo a solução de um modelo "tipo Hong-Kong" sido afastada esta semana, a criatividade começa a esgotar-se.

A três dias de assinar o Tratado de Lisboa, a União Europeia poderá deparar-se com considerável dificuldade em chegar a uma solução unânime, entre aqueles que defendem o reconhecimento de uma eventual independência nas linhas do plano do enviado especial da ONU, Martti Ahtisaari (Alemanha, Reino Unido e França) e os que preferem uma prévia deliberação do Conselho de Segurança (Grécia, Chipre, Roménia e Eslováquia). Afinal, poderá não ser a Cimeira UE-África a dar uma dor de cabeça diplomática significativa à Presidência portuguesa...

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