terça-feira, novembro 06, 2007

Billary

A clara vantagem que Hillary leva para as primárias democratas será difícil de ultrapassar, ainda que a época eleitoral ainda nem sequer tenha aberto formalmente. Consequentemente, as coisas começam a endurecer no campo democrata e um tema que apareceu timidamente pela primeira vez é o de uma possível influência tutelar de Bill Clinton nas sombras de uma presidência da mulher (neste sentido, vejam-se as declarações de Joe Biden sobre o seu desinteresse em ser vice-presidente de Hillary face à personalidade e ao papel que estaria reservado ao First Gentleman - ou como próprio Clinton gosta de dizer, First Lad). Subrepticiamente, é o género a começar a aparecer nas presidenciais americanas, podendo a via argumentativa agora aberta encaminhar-se no sentido de por em causa a autonomia política de Hillary, pintando-a como fachada para um regresso indirecto do marido. No caso de Hillary, esta linha de argumentação menorizadora é claramente reforçada pelo facto do marido ter sido anterior ocupante da Sala Oval e de ser uma figura tudo menos apagada e de segunda linha (não se ouviu nada parecido sobre Dennis Thatcher....).
Estrategicamente, não será seguramente uma jogada muito bem pensada - não só a independência política da candidata já tem pergaminhos antigos, como a associação ao próprio Bill Clinton depois dos oito anos de Bush não são propriamente um espinho na campanha da senadora de Nova York. Ficaremos por aqui, ou a parada ainda subirá?

Sem comentários: