sexta-feira, julho 13, 2007

Sobre o sentido de elucidativo

Bom, parece que o meu post sobre os resultados do candidato do PNR na votação online no Insurgente levantou algumas dúvidas quanto ao que eu pretendia dizer quando afirmei que era "elucidativa". A minha intenção inicial era, de facto, demonstrar a frequência daquele blog pela militância activa do PNR. Este facto demonstraria imediatamente a especial simpatia dos autores do Insurgente pelo ideário do PNR? Nem por isso, revelaria apenas que os simpatizantes do PNR visitariam o blog em causa em números consideráveis. Revelaria, porém, que entre os leitores habituais do blog encontraríamos o bom povo nacionalista.
Entretanto, chamaram-me a atenção num comentário ao post que idêntico resultado surgiu no Arrastão a respeito da mesma pergunta, o que retiraria o tal carácter elucidativo à minha observação. De facto, a organização de votações em massa nestes contextos é algo a que nos devemos começar a habituar por parte do PNR e associados - veja-se o esforço bem sucedido com a promoção de Salazar a grande português - e atingirá potencialmente os blogs e sites com maior número de visitantes.

Contudo, aquilo que eu pretendia demonstrar através dos números da votação não deixa de ser demonstrável por outra via. Na linha de um comentário ao post do Insurgente que me lançou a interrogação, há material suficiente no Insurgente, da pena dos seus autores, para demonstrar a proximidade com parte substancial do ideário do PNR. Alguns exemplos:

- Post de André Azevedo Alves intitulado "O diabo tem muitas faces (3)":

"O preconceito existente contra António de Oliveira Salazar é um dos piores erros em que incorre a nossa democracia." [...] "Quanto ao mais, não há que ter medo: se Salazar disciplinou as contas públicas e o orçamento, não há que negá-lo; se Salazar desenvolveu a economia, ainda que seja mais do que discutível que a poderia ter levado bem mais longe, há que reconhecê-lo; se o homem evitou que entrássemos na 2ª Guerra Mundial, só lho devemos agradecer."

-Post de André Azevedo Alves intitulado 28 de Maio de 1926:
"Há 81 anos, o desgoverno socialista, o anti-clericalismo jacobino e o caos social em que a desastrosa 1ª República fez mergulhar Portugal culminaram numa sublevação militar que fez cair a ditadura do Partido Democrático. 81 anos depois, Portugal é membro da União Europeia, mas o país parece ter aprendido pouco com a sua própria história."


- Post de André Azevedo Alves colocando online parte do documentário de Jaime Nogueira Pinto sobre Salazar para os Grandes Portugueses. Que tenha dado conta, foi o único dos concorrentes a ter direito a esta especial atenção.

- Post de André Azevedo Alves em que transcreve parte da obra de Salazar, Como levantar um Estado, saudando a sua "saída da penumbra" e escolhendo este trecho: Perante a Nação, mal despertada do seu torpor, reanimando-se penosamente de um pessimismo doentio, forçada pelas circunstâncias a defender o seu nome, a sua vida e a sua histórica missão civilizadora, aquele que governa não pode ver interesse nas mudanças superficiais que deixam intacta a causa dos males, mas sim, e unicamente, nas profundas transformações económicas, sociais e políticas que dão origem a novos costumes e a novas concepções de vida social e os garantem.


- Post de André Azevedo Alves em que se dá conta do resultado da votação que tinha por tema apurar se o PCP e o BE seriam ou não mais perigosos para a democracia que o PNR. A conclusão do inquério foi no sentido do perigo estar naqueles dois partidos e não nos nacionalistas.

- Posts de André Azevedo Alves sobre a medidas de combate à homofobia, ataque a Teresa Caeiro pela mesma razão, assim como posts de Patrícia Lança sobre homossexualidade e sobre o lóbi gay, expressão muito cara ao PNR;

- Posts de João Luís Pinto contra o alargamento do reconhecimento de efeitos civis a casamentos celebrados por outras confissões que não a católica.

Em suma, sem prejuízo da votação organizada pelo PNR para potenciar o seu candidato ser um modus operandi habitual nestas coisas, tendo-me de facto passado ao lado a idêntica votação no Arrastão que tal demonstratia, isso não significa que quando faz a sua visita para votar pela milionésima vez no seu candidato, o militante do PNR não encontre escrita em quantidade suficiente para se sentir em casa nalgumas matérias. Por si só, a votação não será então tão elucidativa quanto procurei apontar. O resto já me parece que aponta afinidades elucidativas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Nãã, o Pedro Delgado Alves é que faz leituras erradas, tá a ver? Que coisa, Pedro, percebe sempre tudo mal... :-)

Ana Matos Pires