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O facto mais significativo passa pelo facto de a FRETILIN conseguir segurar a vitória com 32% dos votos (e prováveis 21 deputados), apesar de perder a maioria absoluta (57%) conquistada nas eleições para a Assembleia Constituinte. Em primeiro lugar, estamos perante uma confirmação do peso eleitoral do partido, que assegura resultados próximos do score eleitoral do seu candidato Francisco Guterres nas presidenciais. Em segundo lugar, o resultado significa a passagem de um sistema multipartidário de partido dominante para um sistema multipartidário puro, o que terá seguramente consequências incertas ao nível da estabilidade governativa, mas que, simultaneamente, reforça o pluralismo político. Em terceiro lugar, representa um travão nas imediatas aspirações australianas de influenciar mais directamente a vida política timorense e nas tentativas de intervencionismo da Igreja nas coisas do Estado.
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Os resultados da coligação ASDT/PSD (cerca de 16% e 11 deputados) e do Partido Democrático (cerca de 12% e 8 deputados) demonstram uma consolidação eleitoral como partidos de segunda linha (apesar de uma maior progressão ter sido travada pelo sucesso do CNRT) e deixam tudo em aberto para as negociações para formar governo - apesar dos números ainda não serem finais, é previsível que juntamente com os deputados do CNRT possam formar um governo com maioria no parlamento.
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Nem tudo corre bem em Timor: o desenvolvimento económico não levanta, a instabilidade política é considerável, a influência que a Austrália quer exercer preocupa, o destino das receitas do petróleo ameaça provocar tensão, entre outros problemas de um jovem país entregue inteiramente a si talvez cede demais. Mas depois das últimas eleições deste ano (presidenciais e legislativas) parece claro que há uma coisa que os Timorenses enraizaram: o apego e o respeito pela democracia. E esse é o primeiro passo para que os que se seguem corram bem.
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