sábado, julho 21, 2007

The Harry Potter Report - assim a modos que uma justificaçãozita


Eu sou fã da saga Harry Potter. Quer dizer, não sei se se pode dizer que sou fã no sentido pleno da palavra, mas gosto dos livros, embora ache o Harry Potter um bocadinho irritante. Gosto ao ponto de não esperar pela edição portuguesa de cada novo livro. Gosto ao ponto de ter ido hoje, pela primeira vez, ao lançamento mundial do novo livro a uma loja Fnac, acompanhado de um certo amigo meu cujo-nome-não-será-mencionado e que costuma escrever neste blog a horas impróprias - aliás, eu escrevo este post a horas impróprias, seguindo o seu exemplo, sobretudo porque de alguma forma tenho a esperança que assim venha a evitar o enxovalhanço público que se anunciava. Quero ainda acrescentar que não tenho medo dos teus chistes, Pedro Alves, ouvistes?

1.Portanto, esteve na Fnac do Chiado este entusiasta (embora não tão entusiasmado como os demais) acompanhado de um profano. O resto eram na maioria adultos sérios e um ou outro adolescente tardio que acompanhava a série desde o início. Bastantes estrangeiros. Não havia crianças mascaradas com gowns de colégio interno britânico, porque também não havia ninguém com menos de dezasseis anos. Não havia o circo de que estávamos à esperávamos, mas ainda bem, menos embaraço para nós. Nem gritos histéricos - só uns uivos moderados quando deu a meia-noite.

2. Fila para quem fez reserva, outra fila para quem não fez (adivinhem onde eu estava). Os primeiros tiveram direito a brinde, os segundos tiveram direito a esperar numa segunda fila para pagar. O brinde constava de um saco de pano e um boneco de uma personagem. Eu fui o último a receber um boneco, atrás de mim ficou uma fã descoroçoada, e isto é que é giro, porque: 1) os bonecos acabaram quando chegou a vez dela 2) mais grave, eu ousei dar-me por satisfeito com o Dementor que me calhou, recusando a proposta que outra fã me fez de trocá-lo por um Harry Potter (já disse que acho o Harry Potter um bocado irritante?).

3. Dir-se-ia que a Fnac esperava escoar livros dali para fora, mas parece que não. Praticamente todos os fãs que saíam eram detidos pelos seguranças porque o detector de furtos apitava, invariavelmente. Imagine-se o que é um fã sair da loja disparado, ávido de começar a desbravar capítulos, e ser impedido por esta inesperada parede. Para nós, que estávamos mesmo ali ao lado, era como assistir a uma prova de tiro aos pombos. E sempre íamos magicando que aquela era uma excelente oportunidade para passar outros artigos da loja pela vigilância, não fosse as nossas mentes criminosas estarem vocacionadas para o bem.

4. A fã descoroçoada foi mesmo para casa em pranto por não ter levado um boneco. Quem nos disse foi a mãe e a irmã que, vendo-nos na rua, pararam o carro com as portas abertas, no meio de uma curva, à frente de um polícia, para perguntarem se queríamos mesmo o boneco. Eu até o dava, mas o que ela queria mesmo era um Harry Potter, nunca um Dementor.

E sim, havia uma patrulha de polícia à cautela. Como a generalidade dos fãs era pacífica, aproveitaram para ir multando muitos carros que ali no Chiado estavam estacionados em cima do passeio. Afinal esta gente que gosta do Harry Potter não se presta a grandes loucuras.

1 comentário:

Anónimo disse...

pode-se dizer que os fãs portugueses são mais comedidos e menos expansivos. afinal, o que é que os outros iriam pensar de nós se nos vissem histéricos à espera do livro.

Paula