O companheiro Alves já disse muito bem o que havia a dizer sobre o relatório Winograd. Só tenho a acrescentar o seguinte.
Como se pode ver aqui o que distinguiu a liderança israelita na condução da Segunda Guerra do Líbano foi a incompetência, o improviso, o maximalismo irresponsável, a incapacidade de perceber a interligação entre operações militares e objectivos políticos, e a falta de consulta e concertação com gente com experiência militar.
Tudo isto contradiz a tese da esquerda Miguelportista sustentada pela investigação ligeiramente mais séria de Seymour Hersh do New Yorker, de acordo com a qual a invasão do Líbano já estava planeada há muito tempo, até porque os EUA queriam usar o Líbano como teste para a guerra seguinte contra o Irão (isso do ataque do Hezbollah foi "só um pretexto"). E, como toda a gente sabe, Israel faz aquilo que os EUA querem. Ou ao contrário, dependendo se se odeia mais um ou outro.
De qualquer forma, as fontes que Seymour Hersh usa são acima de tudo militares (israelitas e americanos) que de facto explicam como as forças armadas de ambos os países se consultaram mutuamente sobre cenários de guerra contra o Hezbollah. Uau, militares aliados a planear para a guerra! Que escândalo! Extra, extra, read all about it: Israeli military has plans for war against enemy - told US about it!
O que o relatório Winograd faz é explicar muito bem o que importa ser explicado: o processo de decisão política. É que em Israel, como em qualquer democracia, os militares podem passar os dias a conceber planos de guerra, mas quem toma as decisões são os políticos.
E o relatório Winograd demonstra que é ao nível político que foram feitos os maiores disparates; foi ao nível político que a ânsia de cortar um nó górdio de natureza essencialmente política - o papel do Hezbollah na região - com meios militares causou a catástrofe para Israel, mas acima de tudo para o Líbano.
Israel não tem poder para decidir com meses/anos de antecedência quando vai para a guerra.
Mas que não fiquem mal-entendidos: a incompetência irresponsável desta liderança israelita tem que ter consequências. Esta guerra - com as dimensões que teve e a tragédia que causou principalmente no Líbano - era evitável. O Relatório explica:
"the government did not consider the whole range of options, including that of continuing the policy of 'containment', or combining political and diplomatic moves with military strikes below the 'escalation level', or military preparations without immediate military action - so as to maintain for Israel the full range of responses to the abduction."
3 conclusões:
1. Este governo tem os dias contados; as eleições não tardarão;
2. O primeiro governo israelita dominado por civis falhou - é pena e terá consequências;
3. A única que se distinguiu naqueles fatídicos dias de Julho e Agosto pelo afã diplomático e que nunca concordou com a estratégia do 'vamos-acabar-com-isto-de-uma-vez-por-todas-custe-o-que-custar' foi a MNE Tzipi Livni; ela é a única cuja popularidade sobreviveu a isto tudo - fica aqui a previsão: o próximo PM israelita vai ser mulher e é a Tzipi.
Como se pode ver aqui o que distinguiu a liderança israelita na condução da Segunda Guerra do Líbano foi a incompetência, o improviso, o maximalismo irresponsável, a incapacidade de perceber a interligação entre operações militares e objectivos políticos, e a falta de consulta e concertação com gente com experiência militar.
Tudo isto contradiz a tese da esquerda Miguelportista sustentada pela investigação ligeiramente mais séria de Seymour Hersh do New Yorker, de acordo com a qual a invasão do Líbano já estava planeada há muito tempo, até porque os EUA queriam usar o Líbano como teste para a guerra seguinte contra o Irão (isso do ataque do Hezbollah foi "só um pretexto"). E, como toda a gente sabe, Israel faz aquilo que os EUA querem. Ou ao contrário, dependendo se se odeia mais um ou outro.
De qualquer forma, as fontes que Seymour Hersh usa são acima de tudo militares (israelitas e americanos) que de facto explicam como as forças armadas de ambos os países se consultaram mutuamente sobre cenários de guerra contra o Hezbollah. Uau, militares aliados a planear para a guerra! Que escândalo! Extra, extra, read all about it: Israeli military has plans for war against enemy - told US about it!
O que o relatório Winograd faz é explicar muito bem o que importa ser explicado: o processo de decisão política. É que em Israel, como em qualquer democracia, os militares podem passar os dias a conceber planos de guerra, mas quem toma as decisões são os políticos.
E o relatório Winograd demonstra que é ao nível político que foram feitos os maiores disparates; foi ao nível político que a ânsia de cortar um nó górdio de natureza essencialmente política - o papel do Hezbollah na região - com meios militares causou a catástrofe para Israel, mas acima de tudo para o Líbano.
Israel não tem poder para decidir com meses/anos de antecedência quando vai para a guerra.
Mas que não fiquem mal-entendidos: a incompetência irresponsável desta liderança israelita tem que ter consequências. Esta guerra - com as dimensões que teve e a tragédia que causou principalmente no Líbano - era evitável. O Relatório explica:
"the government did not consider the whole range of options, including that of continuing the policy of 'containment', or combining political and diplomatic moves with military strikes below the 'escalation level', or military preparations without immediate military action - so as to maintain for Israel the full range of responses to the abduction."
3 conclusões:
1. Este governo tem os dias contados; as eleições não tardarão;
2. O primeiro governo israelita dominado por civis falhou - é pena e terá consequências;
3. A única que se distinguiu naqueles fatídicos dias de Julho e Agosto pelo afã diplomático e que nunca concordou com a estratégia do 'vamos-acabar-com-isto-de-uma-vez-por-todas-custe-o-que-custar' foi a MNE Tzipi Livni; ela é a única cuja popularidade sobreviveu a isto tudo - fica aqui a previsão: o próximo PM israelita vai ser mulher e é a Tzipi.
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