segunda-feira, abril 02, 2007
Pequeno detalhe
No debate sobre a necessidade (ou não) de o Hamas reconhecer o direito do Estado de Israel a exisitir, um dos argumentos principais da claque anti-Israel é: "se Israel não reconhece aos palestinianos o direito a viver num Estado porque é que os palestinianos hão-de ceder".
Dois pontos:
1. Israel é um membro das Nações Unidas desde 1948. Eu sei que custa, mas do ponto de vista legal, não reconhecer Israel é mais ou menos como não reconhecer a Espanha, ou o Luxemburgo. A Palestina existe geograficamente, mas não existe como Estado. Existe a Autoridade Palestiniana nascida dos acordos de Oslo.
2. Desde Sharon que Israel reconhece o direito do povo palestiniano a um Estado. Aliás, esse é um dos elementos principais do tal Roadmap generosamente violado por ambos os lados: no fim do Roadmap vem um Estado palestiniano. Esta posição afirmada por Sharon (contra a vontade do Likud) foi reiterada por Olmert.
Podemos discordar (como eu discordo) da maneira como Israel tem (ou não) contribuído para a criação de um Estado palestiniano. Mas o princípio de um Estado palestiniano não só já foi aceite por Israel, como deixou de ser polémico na opinião pública israelita.
Fico sem perceber como é que o Hamas quer ser levado a sério como parceiro para a paz se não consegue aceitar a realidade de Israel. Por causa da ocupação de 1967? Está bem, então fazemos assim, pedimos ao Hamas para aceitar que Israel teve o direito a existir entre 1948 e 1967. Combinado?
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