A resposta sonolenta e frustrante de Israel às propostas de abertura de negociações de paz da Liga Árabe, da Arábia Saudita e da Síria tem uma só explicação: a Comissão Winograd. Esta Comissão foi criada para investigar o que correu mal durante a Segunda Guerra do Líbano, tanto do ponto de vista militar, como do ponto de vista da preparação do país para os ataques do Hezbollah contra civis israelitas.
A equação é simples:
1. Se os resultados da Comissão forem mesmo maus para Olmert, o governo cai, e há novas eleições. E isso explica a relutância de Olmert em entrar agora num processo de paz - ninguém em Israel (e fora de Israel, suponho) leva a sério um Primeiro Ministro que não tem a confiança da população e que pode cair a qualquer momento. Olmert não tem crédito político para abrir uma loja do cidadão, quanto mais para abrir negociações com o arqui-inimigo sírio.
2. Se os resultados forem só maus (talvez culpando apenas a liderança militar, ou até Peretz, mas deixando Olmert incólume) é possível, repito, possível, que Olmert tente uma espécie de fuga para a frente agarrando-se a um processo de paz como forma de salvar o seu governo, a sua estatura como líder e a sua carreira. É por isso que de quando em vez Olmert vai fazendo declarações que, sem serem bombásticas, deixam qualquer adepto esperançoso de um processo de paz a salivar por mais...
Neste momento está, portanto, tudo em suspenso. Mas que custa ver Israel tão paralizado perante as oportunidades que as últimas iniciativas árabes parecem oferecer, lá isso custa.
Se Israel se mostrar incapaz de responder de forma responsável a esta oportunidade histórica, estou certo que pagará um preço muito alto.
Sem comentários:
Enviar um comentário