terça-feira, abril 24, 2007

Arrojado demais (II)

Através do Glória Fácil, eis um excerto de uma entrevista por realizada por Fernanda Câncio a Pedro Arroja, há alguns anos. Deixo uma pérola exemplificativa, o resto está aqui.
"Trabalho infantil: diz que às vezes mais vale isso que a escola.
Com o sistema escolar vigente perdeu-se o ensinamento de comportamentos essenciais: obedecer à hierarquia, habituarmo-nos a cumprir compromissos... Agora o que quer que o menino faça chega ao final do ano e passa. Tem de chegar ao nono ano...
Acabava com a escolaridade obrigatória, portanto.
Claro. Eles tornam-se uns pequenos selvagens nessa idade crítica, que é dos seis aos quinze. Depois é muito difícil mudá-los...
Não deve existir legislação contra o trabalho infantil?
Não. Se a criança vai ou não trabalhar, é com os pais.
Não deve haver regras extra-família que definam os limites das relações entre pais e filhos? Como prevenir abusos, como precaver regimes de semi-escravatura?
É como nos casos de abuso físico: a criança vai parar ao hospital, enfim. A polícia participa.
A criança tem de ir parar ao hospital?
Não, se a criança aparece batida indevidamente, qualquer professor ou outra pessoa pode ir participar. Mas considere a alternativa, que era ao mínimo indício a polícia entrar pela casa dentro. Há com certeza vítimas, mas na alternativa haveria mais: destruia-se a civilização."

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