sexta-feira, março 23, 2007

Sempre preferi os atenienses - mais calminhos




Gostava de anunciar que me arrependo do meu post de 14 de Março, em que evoco o novo filme '300' para explicar alguma sobreestimulação das minhas papilas gustativas e consequente pluviosidade oral (mas que disparate...).

Enfim, o filme é tonto. O filme é machão, fascizóide, social-darwinista e xenófobo. Há uma ou outra cena de batalha engraçada, mas ainda estou à espera do filme que seja bom a demonstrar a complexidade de uma falange grega (ou, mutatis mutandis, macedónia) em acção. (Concedo que deve ser difícil pôr uma data de figurantes do Ohio a reproduzir sofisticadas manobras militares da antiguidade.)

Ao fim de uma hora tive uma overdose de testosterona, saí a correr do cinema, despi-me, ficando de cuecas (ah sim, porque os hoplitas espartanos andavam semi-nus no filme - toda a gente sabe que nada irritava mais os persas do que gregos que tirassem a couraça e andassem semi-nus pelo campo de batalha; como dizia o Jon Stewart no Daily Show: "The film '300': 300 Spartans and 1800 abs."), fui buscar pipocas, recusei-me a pagar e gritei com toda a gente no meu grego enferrujado; depois corri para um canto e comecei a bombardear toda a gente com pipocas enquanto gritava: "Só os fortes triunfam, sois um bando de fracos, defenderei este canto da Europa contra as hordas asiáticas até morrer."

(By the way, defending Europe against 'Asian hordes' sounds better in the original German...)

Enfim, na gíria da crítica de cinema chamar-se-ia a este filme uma bela merda.

1 comentário:

Anónimo disse...

É um prazer ler-te, em particular quando te passas...
Para quando um avião? [Resposta noutro canal?]