terça-feira, março 27, 2007

Iraque 2007: altura de fazer a contabilidade




Há dois argumentos dos neo-cons (os lusos e os a sério) em relação ao Iraque que eu considero particularmente repugnantes:

1. As nossas ideias eram óptimas. Só que foram mal aplicadas. Ou por outras palavras, o projecto teoricamente era óptimo: a maldita realidade é que não se vergou perante esta evidência;

2. Enfim, está feito, está feito, agora é olhar para a frente e combater o terrorismo.

Ambas estas teses são demolidas pelo Economist de 22 de Março.

1. Todo o projecto estava inquinado à partida;
2. O Iraque complicou a guerra contra o terrorismo.

Coitadinhos. O Economist quase que pede desculpa por ter apoiado a guerra em 2003.
Quando é que os nossos neo-cons vão pedir desculpa por terem tratado os opositores desta guerra como traidores à 'causa Ocidental'? Quando é que demonstrarão arrependimento por se terem arvorado em arautos do Bem e tratado quem queria salvar os EUA e o resto do mundo desta catástrofe como se fossem leprosos, cobardes, anti-americanos primários, ou porta-vozes do Quai d'Orsay, ou do Kremlin.

Onde é que eles andam todos? Os campeões da Democracia? Penitemciem-se por favor (este blog aceita manifestações de penitência em forma de comentário a este post; qualquer coisa como "vocês tinham razão em manifestar-se contra a guerra em Março de 2003, boa, mea culpa, sorry"). Os primeiros 100 levam um bilhete de avião com tudo pago para Teerão.

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