segunda-feira, janeiro 30, 2006

O nosso país

A propósito da Galiza os luar na lubre cantam assim:

O meu país/ é verde e neboentoÉ saudoso e antergo,/ é unha terra e un chan.
O meu país/ labrego e mariñeiro É un recuncho sin tempo/ que durme nugallán.
Q quece na lareira,/ aló na carballeira Bota a rir.
É unha folla no vento/ alento e desalento,O meu país.
O meu país/ tecendo a sua historia,Muiñeira e corredoira / agocha a sua verdá
O meu país/ sauda ao mar abertoEscoita o barlovento/ e ponse a camiñar
Cara metas sin nome/ van ringleiras de homes
E sin fin.Tristes eidos de algures,/ vieiros para ningures,O meu país.
O meu país/ nas noites de inverníaDibuxa a súa agonía/ nun vello e nun rapaz.
O meu país/ de lenda e maruxíasAgarda novos días/ marchando de vagar.
Polas corgas i herdanzas Nasce e morre unha espranza/ no porvir.
E unha folla no vento/ alento e desalento O meu país.

Esta descrição assenta tão bem sobre o meu país que me parece estarmos a falar do mesmo. E é sobre isto que vos venho postar hoje.

Quero perguntar-vos se a tática do quadrado foi, ou não foi, a manobra mas parva de sempre deste país? E se a padeira de Aljubarrota era, ou não era, uma daquelas "fogosas e vampirescas mulheres da Beira" tão sanguinea como mal orientada e que estaria hoje na TSF a gritar o quanto gosta do Professor Cavaco?

São dúvidas pertinentes que me perseguem há já algum tempo mas que se têm tornado cada vez mais relevantes e para as quais peço o vosso apoio urgente.

Woody Allen, em Match Point, diz-nos que são estes os momentos que ditam o destino do jogo. Momentos em que a bola bate na rede, em que o condestável faz um channeling ao Mourinho ou em que a Padeira mais violenta do mundo assa espanhois em lume brando.

É agora é o momento de abordar o Nosso país, e eu por mim não me importava de ser Ibérico, mesmo correndo o risco de concordar com o José Saramago.

É claro que esta minha manifestação integracionista é também uma mostra de "desalento" quando "morre unha esprança/no porvir". A eleição do professor Cavaco Silva foi democrática, e deve ser respeitada, mas é também um sinal claro do vazio em que caímos neste país "labrego e mariñeiro" incapaz de gerar figuras de excepção para uma posição que exige alguém enorme.

Necessitamos de animar o nosso país e para isso proponho uma nação Republicana Ibérica e aguardo os vossos comentários.

P.S. - O novo Presidente, e agora que o Fraga já não está activo, até podia ser um galego para notarmos menos a diferença. O ex-rei da ex-Espanha poderia o soberano absoluto das Berlengas ou da Ilha do Porto Santo, numa Madeira independente com Alberto João Jardim ao leme e o competentissimo Professor Cavaco como tesoureiro.

2 comentários:

Oppenheimer disse...

Apoiado! E a seu tempo, uníamos a República Federal Ibérica à mãe de todas as Repúblicas, a França. Uma República, una e indivisível, do Cabo da Roca ao Reno, da Bretanha a Faro!

Davi Reis disse...

Não sei se o Pimenta não quereria antes expressar a vontade de anexar a Galiza para, então sim, combater a Espanha restante. Espero que tenha sido isso, ó Pimenta!

Aquele abraço, meu velho!