sexta-feira, dezembro 09, 2005

Como diz que disse ou ainda os crucifixos?

Lê-se no Público a opinião de Bagão Félix sobre os crucifixos. Se não significa nada, então porque não por umas estrelinhas de cinco pontas ou uns Shivas nas escolas? Sempre são mais decorativos. O motivo de lá estarem tais objectos transcende o Estado, a República e a própria educação que é própria das escolas.

12 comentários:

Anónimo disse...

Também é contra os feriados religiosos num Estado laicos?

Anónimo disse...

Concordo em absoluto com o post.
Apenas uma nota: as estrelas de David têm 6 pontas...

Pedro Delgado Alves disse...

Em relação a feriados religosos exclusivamente católicos, sim discordo da sua existência enquanto tal. O que a legislação laboral deveria consagrar era a existência de determinado número de dias livres por ano, a escolher livremente pelo trabalhador por razões religiosas ou de consciência.

Anónimo disse...

Coerente! Finalmente alguém! Parabéns!

Anónimo disse...

E o descanso laboral ao domingo é inconstitucional, dado ter surgido como exigência da Igreja, pra que as pessoas pudessem gozar o "Dia do Senhor". Pegando na proposta de PDA, também se devia consagrar a possibilidade de as pessoas quererem ou não trabalhar ao domingo...

Sãozinha disse...

Concordo em absoluto com o Pedro. Prefiro escolher dias livres para que outros, de outros credos, possam festejar as datas festivas sem depender da bondade dos patrões.
Eu falei em pentagramas, não em Estrelas de David. Fica só a nota.

Anónimo disse...

Para que conste, a educação não é "própria das escolas". É própria das famílias. Esta mania jacobina de confundir instrução com educação já vem de longe...

João Gato disse...

Ó anonymous:
Perante uma afirmação tão categórica, permito-me perguntar: onde é que isso está escrito?
Então para que serve a Escola?
Educar é formar para a vida, instruir é mandar que se saiba qualquer coisa (com a inerente susceptibilidade de que se desobedeça).
Se não forem assim as escolas, então como?
Essa mania reaccionária de que quem é republicano e de esquerda é um safardana de um jacobino que atenta contra a sacralidade da família também já acabava.
Eu sou tanto pela família como qualquer um, e nenhum é melhor que eu, nem eu sou melhor que ninguém.

Oppenheimer disse...

Não é verdade Manuel. A esquerda considera a família a pedra basilar da sociedade. E por isso é que tenta - com sucesso - alargar o âmbito da família. Casais homossexuais devem poder constituir família, por exemplo. Não nos conseguem é convencer de que só há UM tipo de família possível. A 'família' idílica da igreja, da tradição conservadora, nunca existiu. É uma fantasia incompatível com o direito das mulheres à emancipação, por exemplo. É verdade que a esquerda prefere criar as condições para que a vida familiar se torne compatível com as exigências da modernidade, em vez de pedir às mulheres que se sacrifiquem no altar da 'família'.

Pedro Delgado Alves disse...

A mulher será oprimida, sim, se para poder ter filhos tiver de ter um marido, se para poder beneficiar de determinadas prestações sociais tiver de preencher um conceito único de família.
Família enquanto comunidade vida e de afectos é o conceito com o qual se deve operar - se ele se consubstancia através do casamento, da união de facto, da economia em comum deve ser irrelevante da perspectiva do Estado.

Oppenheimer disse...

Manuel, pá, decobrimos-te na lista de apoiantes do Cavaco! Parabéns. Deixa-me dizer-te que não me parece que a campanha dele te mereça. Enfim, continuas a ser 'our man' at the MIT. (Não é em Massachusetts que o casamento entre homossexuais é permitido?)

E quanto à família, eu não considero que tenha a autoridade para impôr a ninguém um conceito de 'família'. Alguns casais heterossexuais são totalmente disfuncionais e não estão preparados para partilhar um lavatório, quanto mais para assumir as responsabilidades de uma criança, por exemplo. Enquanto que há casais homossexuais estáveis, duradouros, banais. Tenho saudades dos teus instintos coerentemente liberais (à la Economist) que não têm medo de alargar a fé nas virtudes da escolha individual às questões morais.

Sãozinha disse...

Pelo que vejo, existem pessoas aos quais a noção de família atípica não diz nada...julgo apenas que o Estado deve adaptar a protecção que dá à família tradicional às famílias que por ele vão sendo reconhecidas. Não me parece que nos dias que correm dois homossexuais que partilham cama, leito, habitação, mesa e contas ao fim do mês não devam considerados família - a não ser que subscrevamos a opinião do ilustre Prof. Antunes Varela que epiteta tais seres de aberrações da natureza.
E eu que nada tenho contra o concubinato...