Na apresentação do Plano Tecnológico, o Primeiro-Ministro rematou o discurso com um «como dizia o poeta: o mais importante numa aventura não é partir, é chegar». Realmente, o que o poeta disse foi mais ou menos isso, mas com melhores palavras. O poeta foi Miguel Torga, e o poema é como segue:
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoieiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O Velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
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