Ontem estava a ver mais uma das bonitas figuras que Valentim Loureiro faz na televisão - o que é sempre uma boa ocasião de rir, se não desse ao mesmo tempo vontade de chorar.
O Major Valentão tem ultimamente dedicado a sua campanha eleitoral a chamar todos os nomes a Marques Mendes, o que, como todos sabemos, é a primeira das preocupações dos eleitores de Gondomar. Bem, na verdade não se pode dizer em bom rigor que se trata de chamar todos os nomes - o vocabulário ficou-se por "pequeno líder" (Deng Xiao-Ping rói-te de inveja) e "lider menor", este último o que mais se afastou de uma grosseira alusão à estatura física do presidente do PSD (o que, convenhamos, como subtileza deixa muito a desejar).
Dá-se o caso que, a meio de uma birra, o Major senta-se e começa a falar calmamente para a câmara da RTP. Assim, como se tivesse a olhar Marques Mendes nos olhos e a dizer «Eu não tenho medo de ti, rapazinho». Até aqui tudo bem, era só um bom momento de western à portuguesa. Mas é então que o operador de câmara começa a fazer zoom, e o plano fecha-se num close-up à Sergio Leone, acentuando a carga dramática do momento. Uau. Um repórter de imagem que faz cinema.
A questão que fica é: porque é que a televisão se presta a estas coisas.
Estou À espera de ver Marques Mendes a dar um pontapé nas portas do Saloon e a entrar por aí adentro, feito Xerife. Mas algo me diz que isso não vai acontecer.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário