domingo, abril 22, 2007

Não há só um Marx

Desde que o DN noticiou o veto da JCP à intervenção de Ricardo Araújo Pereira no dia 25 de Abril (aqui e resposta do PCP aqui) que queria deixar umas ideias sobre o assunto. Estarei seguramente a repetir o que muitos já disseram (aqui, aqui e aqui, por exemplo), mas para além de ser um resultado final francamente mau para a imagem da JCP, que matou a possibilidade de intervenção jovem no comício final do desfile, apresentando-se sectária e fechada sobre os seus dogmas, é também um resultado mau para quem queria que o 25 de Abril representasse o momento de unidade de todos os que saúdam as conquistas de Abril e que desejavam, num momento em que parece importante fazê-lo, preservar a memória da ditadura e o legado da Revolução para os jovens.

Este episódio surge ainda um pouco na sequência de um post anterior do David sobre a forma de lidar com o humor na actividade política. O fair-play que encontramos em muitos dos convidados do Daily Show em sujeitarem-se em pessoa ao humor sem tréguas de Jon Stewart está muito longe da República Portuguesa e particularmente da Soeiro Pereira Gomes, sendo que alguns sorrisos amarelos perante a Contra-Informação ou sketches do Gato Fedorento ainda não fazem uma primavera. Adaptando o José Mario Branco ao caso, já era tempo de se perceber que o humor também é uma arma...

1 comentário:

Anónimo disse...

À proposta de RAP como orador, ripostaram com um jota dos Verdes. A trapalhada começa logo aí. Naquilo que deveria ser um acontecimento verdadeiramente nacional, continuam a ser os partidos (neste caso as jotas)a tomar conta da programação das festividades. Será que não há sociedade civil para além dos partidos? Como se não bastasse, em época de 25 de Abril, quem assume o protagonismo, são sempre os mesmos,sempre lembrar, com aquela cara de enfado que lhes continuamos a dever a liberdade e tal. Passados 30 anos do 25 de Abril, a efeméride continua a servir de campo de protagonismo e politiquice planfetária, designadamente da esquerda (basta ver a marcha pela av da liberdade). Por isso é que continuará a perder expressão, resumindo-se a um mero feriado. Nem RAP ou Cristiano Ronaldo que salvem. Os jovens não querem saber disto para nada. Liga-se a televisão, e lá está a velha guarda com a cassete de sempre "o fascismo não desapareceu", "estas políticas da direita contra os que menos têm e menos podem", etc, etc...